Porque a dor é real!
Definitivamente quadrinhos não são o meu forte. Ao menos não os tradicionais heróis… Tirando a Turma da Mônica, Disney e afins da infância o que li e amei são Sandman, Asilo Arkhan, Preacher entre outras coisas “estranhas e esquisitas”, (assim como eu!). E um tanto sombrias (assim como eu também, mas nem tanto).
Acabo de voltar do “Batman Cavaleiro das Trevas” e gostaria de pedir meu dinheiro de volta. De uns tempos pra cá adotei a seguinte política, não estou curtindo saiu da sala… dificilmente continuo vendo um filme que não está me agradando e geralmente se fico é pra ver se o filme muda. E o Batman não mudou….
Pra mim, num mundo onde crianças são arrastadas vivas, herói é o Capitão Nascimento e o Batman é um babaca!
O filme peca num ponto que pra mim é fundamental não se define enquanto realista ou fantasioso. Fica passeando pelos dois mundos costurando isso num discurso sobre certo e errado que sinceramente me deu vontade de vomitar. Toda vez que o Batman ou algum outro personagem tinha a oportunidade de ficar a sós com o Coringa ou algum outro vilão/bandido vinha alguém (muitas vezes o próprio bandido) com aquela ladainha de “você não pode mata-lo pois isso irá te tornar igual a ele”
Me poupe! Isso acabou com o filme, transformou numa piada algo que podia ser grandioso! Pois em vários momentos o Batman faz coisas que botam “vidas inocentes” em perigo, como sair atirando em carros, e quando chega a hora do Coringa vem sempre um FILHO DA PUTA dizer “oh não faça isso”. Pelo amor de Deus! Chamem o capitão Nascimento e pega o saco!
Tem momentos que o filme chega a ser uma piada, pois ele mesmo quebra essa tese estúpida de herói e vilão, 100% bom 100% mau….
Num momento o Coringa diz que se alguém não matar um fulano lá ele vai explodir um hospital, em cinco minutos tem mais de 50 pessoas prontas pra linchar o cara. E depois aparecem dois barcos um com cidadãos de bem e outro com presidiários e nenhum dos dois tem coragem de explodir o outro (sendo que se nenhum dos dois fizer os dois serão explodidos). Isso é muito história pra boi dormir… e se for pra construir um enredo assim de pessoas boas e más que o faça numa narração totalmente fantasiosa…. pois na vida real pessoas são pessoas com bondade e maldade dentro de si!
Os fãs de heróis em quadrinho que me desculpem, mas os mesmos foram criados em maioria na década de 30 e o mundo mudou muito desde então. Não dá pra manter o mesmo discurso de “heróis não matam”. Se é pra fazer essa ladainha então façam num mundo paralelo e não numa Gotham City que é propositalmente parecida com Nova Yorque ou São Paulo. Talvez se tivesse mantido a mesma postura, mas sem repetir tantas vezes o maldito discurso o filme teria se salvado. Mas com tanto blábláblá eu continuo preferindo o Batman do Tim Burton (apesar do Michael Keaton), ao menos os vilões salvam o filme.
Quanto ao Coringa… Heath Ledger ou Jack Nicholson? Pensava isso antes de ver o filme e continuo pensando, são Coringas diferentes pra Batman diferentes…
Ah teve uma cena romântica que também foi dispensável…. Bom ainda tem o Watchmen que é uma esperança… tirando isso só vou ver Batman de novo o dia que sair o Asilo Arkhan, ainda assim com dois pés atrás…
Ps. Sim eu assumo, sou chata, radical e louca. Não creio que isso seja o suficiente pra alguém me matar (apesar de compreender o fato de muitos me odiarem por tais defeitos), mas quando eu digo uma coisa isso deve ser levado em consideração… enfim que bom pra quem curtiu… mas infelizmente estou fora disso. E sim, eu sou séria…
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